APRESENTAÇÃO
Este blog tem por objetivo apresentar os meus contos, considerando que todos são criação minha, escrevo por hobbie e quando tenho tempo, mas eu amo escrever e faço isso por prazer, por gostar de poder criar histórias e não apenas lê-las.
Quero que fique claro que as fotos usadas por mim, como simbologia da representação de cada conto em particular, são apenas para auxiliar na apresentação dos mesmos, não tenho nenhuma intenção de infligir as leis dos direitos autorais, pelo contrário procurei pesquisar na internet para fazer uso de material público, portanto se essas fotos tem dono peço minhas sinceras desculpas e se sentirem lesados, podem me comunicar que eu deixarei de usá-las.
A todos os demais sejam bem vindos.
Quero que fique claro que as fotos usadas por mim, como simbologia da representação de cada conto em particular, são apenas para auxiliar na apresentação dos mesmos, não tenho nenhuma intenção de infligir as leis dos direitos autorais, pelo contrário procurei pesquisar na internet para fazer uso de material público, portanto se essas fotos tem dono peço minhas sinceras desculpas e se sentirem lesados, podem me comunicar que eu deixarei de usá-las.
A todos os demais sejam bem vindos.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Incógnita
Era manhã de quinta-feira, nessa época era costume as famílias terem muitos filhos, por isso a maternidade das cidades grandes estavam sempre lotadas.
Joana estava grávida de nove meses e a qualquer momento poderia ganhar o seu bebê e justamente nessa manhã de quinta- feira ela acordou com a cama encharcada, era a bolsa que havia estourado, sinal de que a hora tão esperada por toda a família havia chegado, o momento em que um novo ser surgiria para alegrar a humilde casa de Joana, Francisco e seus dois filhos mais velhos Pedro e Ana.
O parto foi normal e o bebê foi levado ao berçário para que sua mãe pudesse descansar, duas horas depois quando a enfermeira voltou lá para buscar o bebê, o berço estava vazio, como se em um passe de mágica o pequeno ser que acabara de nascer tivesse simplesmente desaparecido.
Toda a família entrou em desespero, sem saber onde está a criança? Quem a levou? Por quê? Nenhuma das perguntas obteve uma resposta.
Dentre todos os membros daquela família Joana foi quem mais sofreu, ela gritava como se um punhal tivesse sido cravado em seu coração e todo o sangue que pulsava entre suas veias houvesse esvaziado, nem aumenos uma mísera lembrança, ela tinha, pois não chegou nem tê-la em seus braços, a dor que aquela pobre mulher sentiu foi de dar pena, claro que o seu marido e os outros filhos também sofreram, porém o amor de mãe é incondicional, maior que tudo por isso ela sentiu mais.
O tempo foi passando e a maior mentira que todos contam é que ele cura todas as dores, que ele faz esquecer totalmente o que corrói a nossa alma e por mais cruel que isso seja, é mentira quando amamos muito alguém e perdemos, o tempo dono de nossos destinos pode aliviá-la mas é impossível arrancá-la do coração de quem sofre,principalmente de uma pobre mãe.
Passou-se vinte anos depois e por mais que o assunto da criança roubada tivesse sido esquecido, a tristeza ainda impregnava nas paredes daquele humilde lar.
E Joana embora não chorasse mais, não sofresse tanto mais como no princípio, lá no fundo bem no fundo do seu coração ainda havia uma pequena e amarga dor que a cada dia matava um pedaço da sua alma.
Agora restara somente ela e seu querido esposo, já que seus outros filhos haviam casado e estavam constituindo as suas próprias famílias.
Para passar o tempo ela ia visitar a filha que ainda morava na cidade e algumas vezes passava na igreja, em busca de consolo e por que sentia que quando estava lá o seu espírito se enchia de uma paz inexplicável.
Em uma dessas visitas, quando saia da casa da filha, Joana parou em frente a uma vitrine, na loja tinha um vestido tão bonito que acabou chamando a sua atenção, até que um ser vivente passou atrás de Joana, era um homem de alta estatura e ela teve a impressão de conhecê-lo só não lembrava de onde, então ela virou-se para tentar ver uma fresta do seu rosto para buscar no inconsciente de onde ela conhecia aquele homem e no instante em que ela virou sua triste face, ele como se adivinhasse o que Joana iria fazer olhou para trás parando por alguns segundos que foram o suficiente para ver seu rosto, neste momento ela teve certeza que o conhecia de algum lugar só não lembrava onde.
Então passou uma semana, duas, três e ela insistia em fazer a sua memória se lembrar quem era aquele homem e finalmente ela se lembrou, ele era Jean o vizinho que morava na casa ao lado, com excessão de um detalhe Jean estava morto, ele morreu cerca de uma semana antes dela ganhar o bebê.
Quando ela contou o que havia ocorrido para o seu marido, a um primeiro instante, ele no mais íntimo do seu pensamento achou que sua esposa tivesse tomado sol demais na sua cabeça ou que o juízo já estava a deixando só, porém em consideração ao extenso amor que nutria pela sua amada, ele fingiu acreditar no que ela disse e ainda lhe prometeu que encontraria alguma pista que pudesse pelo menos explicar essa história.
Como eles eram vizinhos de nada adiantava procurar na casa onde ele morava antes de morrer, então pensou ele vou procurar na escola onde estudou, não foi difícil descobrir onde era porque todos naquele bairro conheciam o Jean.
Com um caderno de anotações embaixo do braço e convencido de que essa história não ia dar em nada lá foi ele na escola para aumenos dizer que cumpriu sua promessa.
Na escola não encontrou nada, além das excelentes notas que Jean tirava o que só mostrava que ele era um aluno aplicado e não um psicótico capaz de sequestrar, vender ou matar uma criança recém-nascida.
O casal tentou então um outro caminho, primeiro descobrir qual seria o motivo de tal ação e se realmente ele estava vivo, o engraçado é que a segunda opção era mais fácil de descobrir do que a primeira e foi isso que eles fizeram durante dias, meses e dias e meses e dias e meses eles planejaram e quando sentiram estar preparados, então invadiram o cemitério na hora em que somente as corujas estavam acordadas, procuraram e encontraram o túmulo onde ele supostamente estaria enterrado e para a surpresa de Francisco dentro do caixão havia somente pedra e mais do que depressa antes mesmo que alguém notasse que o caixão havia sido arrombado, eles trataram de fechá-lo e enterrá-lo novamente já que eles estavam lidando com alguém que foi capaz de fingir a sua própria morte, então não seria muito bom se ele notasse que alguém estava a sua procura.
Ao chegar em casa, depois de se livrarem de qualquer vestígio que entregasse que eles haviam saído, começaram a se perguntar por quê? Que motivos alguém teria para simular a sua própria morte? Por quê ele sequestraria o bebê do casal?
Então Joana lembrou que antes dela casar-se com Francisco, Jean declarou seu imenso amor por Joana, infelizmente o coração dela já tinha dono era Francisco. Mas como Jean nunca mais tocou no assunto, ela pensou que ele havia se conformado, mas pelo visto ele ficou anos planejando a sua cruel vingança.
Restava agora saber onde ele se escondeu esse tempo todo, então de repente uma vasta ideia passou pela mente de Francisco e por instante ele pensou que essa história pudesse ter o deixado louco, mas ainda assim arriscou contar para sua esposa.
Ele disse ter lembrado que seis meses depois do ocorrido, a casa da frente havia sido habitada por um novo morador, essa hipótese deixou Joana perplexa, pois o tal morador era nada menos do que a senhora Hottuway, uma doce e ingênua velhinha, se os dois fossem a mesma pessoa então ele era muito mais maquiavélico do que eles pensavam, não pode ser disse ela para o marido, a senhora Hottuway é a pessoa mais doce e generosa que já conhecemos, quando ela soube do que houve com nós, o tempo todo ficou do nosso lado nos confortando, consolando sendo que até um rosário ela me deu.
Joana demorou para acreditar na hipótese levantada pelo marido, então Francisco propôs a esposa que eles investigassem a vizinha e ela aceitou já que essa era a única esperança que eles tinham de encontrar a sua filha.
Todos os dias a senhora Hottuway ia a igreja, lá pelas sete e meia já que o culto começava oito horas, então eles esperaram ela sair e vestidos todo de preto com máscaras encobrindo seus rostos, deram a volta no quarteirão e pularam o muro detrás da casa da vizinha para não serem vistos, arrombaram a porta sem deixar vestígios e cuidadosamente com luvas nas mãos, vasculharam aquela pobre casa e nada que comprovasse a hipótese levantada havia sido encontrada a não ser por um cômodo no final do corredor, a porta estava trancada porém Francisco arrombou sem deixar sinal algum e para surpresa de Joana a prova do crime estava ali, todo o plano desde o sequestro até a troca de identidade estava exposto nas escuras paredes do quarto.
Então Francisco pensou em duas hipóteses denunciá-lo para a polícia, o que poderia demorar meses e até anos para descobrir o que ele fez com a criança ou sequestrar o sequestrador então ele convenceu a esposa a ajudá-lo a executar a segunda ideia.
Quando a doce senhora chegou em casa, nem deu tempo de sentir a pancada que recebeu em sua cabeça, no momento em que seus olhos abriram ela estranhou o lugar sujo e feio onde estava e tentou enganá-los querendo saber o que havia ocorrido e por que ela estava toda amarrada em uma cadeira dura, então eles falaram que havia sido tudo descoberto, que eles sabiam que ela era na verdade ele, ou melhor a gentil senhora Hottuway era na verdade o desequilibrado Jean, que por mais que tentou negar, acabou contanto tudo por não suportar mais as torturas que Francisco lhe fazia.
Para que ninguém soubesse do sequestro, eles tiveram que pedir ajuda ao filho Pedro, explicando cada fato, cada detalhe e com sede de justiça Pedro então se vestiu de senhora Hottuway, vendeu a casa alegando que estava indo embora para morar com os filhos em outra cidade, colocou todos os móveis em um caminhão de mudança levando-o para o mais ermo lugar, no mais longínquo que a mais próxima civilização poderia ser encontrada a oito quilômetros de distância dali, então retirou os móveis do caminhão e queimou os que poderiam ser queimados, os que não poderiam ele simplesmente deixou na rua para que pudessem lavá-los embora.
Jean contou que se disfarçou de enfermeiro para poder entrar no hospital, adentrou-se a enfermaria pegou a criança quando ninguém estava vendo, colocou-a no colo andou até encontrar um bosque abandonado, segurou a criança pelo pescoço até que esta morresse asfixiada então cavou uma cova bem funda e a jogou lá dentro, logo depois de se desfazer da criança foi para a cidade vizinha onde ninguém o conhecia e lá ficou por seis meses retornando como senhora Hottuway e jamais alguém descobriria se em um breve momento ele não tivesse tirado seu disfarce, mas não pensou que alguém poderia reconhecê-lo depois de vinte anos, ele se justificou dizendo que toda a dor que Joana havia causado em seu coração ele queria que ela sentisse então decidiu sequestrar seu bebê, ou melhor a sua filha que é a coisa mais preciosa para uma mãe e só se disfarçou de pobre velhinha por que fazia questão de acompanhar o seu sofrimento e pelos longos vinte anos a sua personagem esteve ao lado de Joana e quando ele se encontrava sozinho sentia-se satisfeito por saber que a cada dia que passava um pedaço do coração dela se desfazia e o desespero do ocorrido apagava todo o brilho da sua alma. O erro de Jean foi ter feito mau a um filho, quando se mexe com um filho automaticamente uma mãe é capaz de fazer qualquer coisa para defender os seres que vieram do seu ventre, por isso pela crueldade dos fatos ela achou que ele merecia mais do que ir preso ou ser morto em um só golpe, então ela propôs ao seu marido se ele concordava com o seu plano e ele concordou.
Colocaram-no no porta malas do carro, andaram durante horas e horas até que enfim chegaram, tiraram ele do porta mala e lhe apresentaram ao seu caixão obrigando-o a entrar dentro dele, então fecharam-no, colocaram dentro da cova, jogando terra por cima para que ele aos poucos morresse asfixiado também, então foram embora como se nada tivesse acontecido.
Jean tentava gritar mas quem poderia ouvir a sete paumos de fundura, restando apenas o desespero que o acompanhava e o som transmitido pelas corujas em meio a árdua névoa que fazia naquela noite.
(Rosimeri Da Cruz)
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Que chocante essa idéia de sequestrar o sequestrador
ResponderExcluirADOREI
ResponderExcluirEsse plano de fundo está horrível...Você quer que leiamos seus textos ou vejamos esse fundo colorido? Ler está difícil....
ResponderExcluirQuerido leitor, esse blog foi feito para pessoas, com capacidade intelectual que gostam de literatura e que saibam ler meus textos, se quisesse um plano de fundo, cheio de fricotes, faria um blog de moda.
ResponderExcluirEntao, sinceramente, se n sabe ler, va para outro blog.