APRESENTAÇÃO
Este blog tem por objetivo apresentar os meus contos, considerando que todos são criação minha, escrevo por hobbie e quando tenho tempo, mas eu amo escrever e faço isso por prazer, por gostar de poder criar histórias e não apenas lê-las.
Quero que fique claro que as fotos usadas por mim, como simbologia da representação de cada conto em particular, são apenas para auxiliar na apresentação dos mesmos, não tenho nenhuma intenção de infligir as leis dos direitos autorais, pelo contrário procurei pesquisar na internet para fazer uso de material público, portanto se essas fotos tem dono peço minhas sinceras desculpas e se sentirem lesados, podem me comunicar que eu deixarei de usá-las.
A todos os demais sejam bem vindos.
Quero que fique claro que as fotos usadas por mim, como simbologia da representação de cada conto em particular, são apenas para auxiliar na apresentação dos mesmos, não tenho nenhuma intenção de infligir as leis dos direitos autorais, pelo contrário procurei pesquisar na internet para fazer uso de material público, portanto se essas fotos tem dono peço minhas sinceras desculpas e se sentirem lesados, podem me comunicar que eu deixarei de usá-las.
A todos os demais sejam bem vindos.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
O que você faria?
Quando abro os meus olhos vejo a mesma porta empoeirada, que o tempo tratou de corroer, as mesmas paredes escuras e frias que encobrem todas as minhas angústias e lamentações que ficavam perdidas no meu trágico e incompreendido passado.
Há também uma cama velha com um colchão desconfortável causando dores no meu velho corpo.
Durante os longos dias, as longas horas e os longos meses em que fui destinada a viver nesse lugar, onde o meu melhor amigo é a solidão, desejei do mais profundo da minha alma que a sombra da escuridão viesse e tomasse conta do meu ser, colocando assim um ponto final no meu martírio levando me ao descanso ou castigo eterno, já que sou a mais indigna das mulheres.
-Olá, dona generosidade, como vai?
-Um dia desses vocês entederão o que eu fiz.
-O que você fez, cadela, é imperdoável.
-Sai daqui, vai embora!
-Ta nervosa é, fica ai com a sua bela janta que amanhã eu volto para buscar o seu prato.
Detesto essa mulher com todas as forças, desde que eu cheguei aqui ela me persegue, com o seu terrível e insuportável sarcasmo.
Confesso que tenho vontade de mata-la para nunca mais ver o seu sorriso irônico transparecendo em toda a sua face.
Você deve estar se perguntando quem sou eu? Onde eu estou? O que eu fiz? E quem é essa mulher que me persegue?
Meu nome é Sarah, não faço a menor idéia de quantos anos tenho.Calma querida leitora, você já irá entender o porquê que eu não sei a minha própria idade, mas garanto que não alsaimer, infelizmente pois assim eu não me lembraria de tudo o que aconteceu e também não poderia te contar a minha triste história.
Eu nasci na cidade de Chicago, na manhã do dia 14 de novembro no ano de 1925, em uma bela manhã de inverno.
Eu sempre tive uma vida confortável, nunca me faltou nada, o meu pai era um homem de negócios que sabia como ganhar dinheiro, tanto que nem mesmo a crise de 29 foi capaz de afetar a sua imensa fortuna.
Quando eu tinha quinze anos, conheci o meu falecido esposo.Seu nome era Robert.Lembro-me do dia, como se fosse hoje, foi o dia mais feliz da minha vida, pois naquele momento eu soube que era o homem que arrebataria o meu coração.
Ele era alto, forte, os seus cabelos eram da cor do sol, sua pele da cor da neve, os seus lábios vermelhos como uma maçã, linda e bela maçã e os seus ternos olhos eram negros e sedutores, que me faziam estremecer.
Alguns meses depois estávamos casados.Os anos passaram-se e nesse meio tempo tivemos uma linda filha, a quem demos o nome de Rebeca, que era fruto do nosso amor, porém dois meses depois do seu nascimento o meu marido morreu.
Passaram-se vinte anos, porém desde a morte do meu amado esposo, nunca mais me casei.
Na bela casa que herdei de Robert e toda a fortuna que o meu pai deixou, fizeram-nos ter uma vida tranqüila e confortável, até o inesperado dia em que iríamos acordar do nosso esplendoroso sonho para começar a viver o pesadelo em que nossas vidas iriam se transformar.
No dia 10 de Junho de 1965, eu e Rebeca estávamos em Nova York, quando a minha querida e amada filha de repente caiu no chão do hotel.
Ela gemia e gritava e gemia e gritava e gemia.
Desesperada, levei-a imediatamente ao hospital, pois não poderia permitir que nada de mal acontecesse com ela.Se eu a perdesse, a minha vida não teria mais sentido algum, pois era a única herança deixada pelo meu amado esposo, e eu não suportava a idéia de perdê-la e se isso acontecesse eu morreria.
Depois de uma série de exames, o médico, Dr.Edward Engels, chamou-me até o seu consultório e falou:
-Infelizmente a sua filha não tem muito tempo de vida, ela está com câncer nos ossos, já em estágio terminal.
-Não, doutor, não pode ser verdade.Naquele momento eu entrei em desespero.O senhor está brincando comigo?
-Não, minha senhora, disse o médico. O meu dever é curar vidas e não brincar com os sentimentos das pessoas.
-Me perdoe, eu não sei o que pensar.
-Eu entendo.
-E não há nenhum tratamento para a doença?
-Tem sim, ela irá ficar algumas semanas no hospital, onde começará a tomar morfina, depois irá para casa.
-Morfina, doutor?
-Não tem outra solução, o câncer está muito evoluído, por enquanto a morfina aliviará a dor, mas daqui a algum tempo nada irá resolver.
-O senhor está me dizendo que a minha filha irá morrer?
-Infelizmente só um milagre poderá salva-la.
Depois da noticia, entrei em estado de choque, era como se o chão desabasse sob os meus pés.
Eu nunca chorei tanto na minha vida, nunca acreditei que existisse algo superior, mas a partir daquele dia passei a rezar e a fazer promessas, pois eu tinha que tentar de todas as formas salvar a vida da minha filha.
Mas o seu estado de saúde piorava a cada dia, mas, embora ela estivesse fazendo o tratamento que o médico ordenara, ainda assim ela não melhorava.
Passaram-se dois meses e Rebeca teve uma leva melhora que a possibilitou de ir para casa, mas a cada dia a dosagem de morfina aumentava, porém os seus ossos doíam tanto que a coitadinha gritava de dor toda a noite e eu sempre estava lá para ampará-la, ajuda-la em seu tratamento e expressar todo o meu amor de mãe, porque para mim ela era a única coisa que importava.
Ela queria de todas as formas viver, lutou e acreditou que venceria a doença.
Passou-se mais um mês e parecia que as minhas preces estavam sendo atendidas até que em uma noite, quando finalmente Rebeca já não gritava mais de dor e conseguia dormir tranqüila, bateu-me de repente um desespero e um ódio súbito daquela vida que eu amava tanto e que sempre fazia tudo por ela.
Em um ato inexplicável eu apliquei novamente a morfina em suas veias provocando uma super-dosagem e ocasionando a sua morte.
Imediatamente liguei para a polícia e disse que havia assassinado a minha amada filha, então em 10 de Setembro de 1965 eu fui presa.
Todos que me conheciam ficaram chocados e ao mesmo tempo se perguntavam por que eu matara Rebeca. Afinal, eu não a amava?
Querida leitora, essa pergunta é mais difícil de responder do que se pode imaginar, tão difícil que nem eu mesma sei o que aconteceu, mas acredito que o medo que eu tinha de perdê-la falou mais alto, pois quando deixamos que os nossos medos tomem conta do nosso ser é quando praticamos as maiores loucuras e por ironia do destino, embora eu tenha tido um breve momento de ódio, eu fiz o que fiz por amor e não por ódio, como achava até esse momento,
Sei que está se perguntando como alguém mata e diz que foi por amor? Todos me condenaram, mas eu como mãe, não poderia suportar a idéia de ver novamente o sofrimento estampado na sua face, pois a cada recaída o seu estado agravava ainda mais.
Eu sei que não tem justificativa e nem perdão pela decisão que tomei, mas posso afirmar que paguei pelo meu erro dia após dia e ainda pago, já que no julgamento fui condenada à prisão perpétua e aquela mulher que me humilha é a carcereira.
Não quero e não posso convencer a ninguém do que fiz a coisa certa, na verdade nem a mim mesma, mas compreendo que jamais odiei a minha filha.O ódio que senti naquele momento foi de mim mesma por ter tido coragem de acabar com a vida de quem queria tanto viver. E você o que você faria?
Eu não sei quantos anos tenho, mas sei que logo irei partir, pois quando olho nas minhas mãos percebo como o tempo passou, talvez a única esperança que me resta é a morte, para que eu possa encontrar a minha filha para pedir o seu perdão e quem sabe abraça-la novamente.
Hoje segundo a carcereira é sexta-feira e agora está na minha hora de dormir. É engraçado, mas estou voando, cara leitora, voando com a esperança de rever minha querida Rebeca, já me sinto leve como uma pluma, está chegando alguém, é a carcereira, é leitora, eu morri e do alto posso ver o meu velho corpo e como fiquei feia, mas não acredito no que eu estou vendo, a carcereira que me perseguia, lembra? É ela entrou em desespero ao ver-me morta, pois agora quem ela irá perseguir?
Ela acabou de cometer suicídio. Que ironia não? Nem depois de morta vou ter sossego. Bom, esta é a minha história. Adeus querida leitora, até a outra vida.
( Rosimeri Da Cruz)
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Nossa esse é bem assustador...hehehehe
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